Dengue – Saiba tudo que ainda não foi falado sobre o assunto

A dengue é, ainda hoje, um grave problema de saúde pública que atinge mais de 100 países no mundo. São usados vários meios de comunicação para alertar sobre o perigo que é a dengue. Pede-se muito para a população não deixar água parada e qualquer sintoma que aparecer procurar rapidamente um posto de saúde. Porém a dengue não é só isso. Existem muitas informações importantes que todos precisam saber e não é mostrado na televisão, nem em planfetos ou nas rádios e escolas. Além dos pontos mais discutidos sobre a dengue, este post esclarece muitas dúvidas e perguntas que nem você ainda deve ter pensado. Este post aprofunda a discussão sobre a dengue e com certeza você ficará muito mais informado após lê-lo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 e 100 milhões de pessoas sejam  infectadas anualmente e 20 mil morrem em conseqüência da dengue.

No Brasil, dados do Ministério da Saúde revelam que, em 2007, foram registrados 559.954 casos de dengue. De 1º de janeiro a 26 de dezembro de 2008, foram notificados 776.349 casos de dengue no país. Os Estados com maior número de registros são: Rio de Janeiro (249.874 casos), Ceará (65.635 casos), Minas Gerais (62.108 casos), Goiás (45.161 casos), Rio Grande do Norte (43.822 casos) e Pernambuco (40.823 casos). Apesar de os outros Estados apresentarem índices menores, nenhum deles deixou de registrar casos de dengue em 2008.

Diante dessas estatísticas preocupantes e do aumento do número de casos no país, torna-se necessária uma grande mobilização de toda a sociedade no combate à dengue.

 

A Dengue

DENGUE é uma palavra de origem africana (dengo), cujo significado todos nós conhecemos: dengoso, denguice, manha, manhoso etc. O nome foi dado à doença devido ao estado geral do paciente que, em função da febre e dor, fica com aparência de "dengoso". 
Deve-se chamar a dengue ou o dengue?
A forma gramaticalmente correta é o dengue, mas a grafia a dengue já está consagrada pelo uso diário. No entanto, a forma mais correta é não criar o mosquito em casa.

O que é a dengue?
A dengue é uma doença causada por um vírus do Gênero arbovírus, da Família Flaviviridae, com uma série de conseqüências indesejáveis para o paciente. Existem 4 subtipos identificados de vírus da dengue: Den 1, Den 2 (ambos os mais comuns), Den 3 (raro) e Den 4 (ainda não descrito em nosso meio). Todos eles são perigosos, dependendo sempre de um estado imunológico mais debilitado do paciente. 
De maneira geral, os vírus somente se reproduzem no interior das células e são muito resistentes quando estão no meio ambiente. Existem milhares de vírus já identificados pelos cientistas.

Como ocorre a transmissão da dengue?
A transmissão dá-se por intermédio da picada do mosquito Aedes aegypti, mais conhecido como o “mosquito da dengue”. Depois de picar uma pessoa doente, ele transmite o vírus da dengue para sua próxima vítima, ao picá-la. 
A dengue não é transmitida a partir de contato direto com um doente ou com suas secreções, nem através de água ou alimentos.

Existe apenas uma forma de dengue?
Na maioria dos casos, a dengue tem uma evolução benigna. Mas é importante saber que existem dois tipos da doença:

  • A dengue clássica: também chamada de tipo comum ou benigna, seus sintomas lembram os da gripe, não trazendo maiores danos à saúde. 
  • A dengue hemorrágica: esta, porém, é muito perigosa. Se não for tratada a tempo, pode levar o paciente à morte.         

 

DENGUE CLÁSSICA

Quais são os principais sintomas da dengue clássica? 

A dengue clássica costuma manifestar-se como se fosse uma gripe forte. Mas não se deixe enganar: principalmente se sua região estiver apresentando casos de dengue, fique ainda mais atento aos seguintes sintomas:

  • Febre alta 
  • Dor generalizada em todo o corpo 
  • Dor de cabeça 
  • Dor mais intensa atrás dos olhos e nas juntas 
  • Fraqueza 
  • Falta de apetite 
  • Náuseas e vômitos 
  • Muitas vezes, podem surgir manchas avermelhadas na pele, que podem lembrar a rubéola, acompanhadas de coceira         

A maioria dos pacientes apresenta dois ou três desses sintomas. Febre alta e dores são os mais freqüentes. Contudo, existe uma forma branda da dengue que se apresenta sem sintomas e só poderia ser identificada através de exames laboratoriais.

 

DENGUE HEMORRÁGICA

E a dengue hemorrágica? Quais as diferenças?
Esta é a forma perigosa da dengue. Portanto, olho ainda mais aberto quanto aos sintomas comuns da dengue clássica e, caso surjam os sintomas abaixo, altamente sugestivos de dengue hemorrágica, procure imediatamente atendimento médico:

  • Dor abdominal 
  • Tosse, inflamação da garganta, falta de ar 
  • Tonturas ou desmaios 
  • Sangramento nas gengivas, na pele (manchas roxas) e em outros locais do corpo, assim como em locais de injeções. Nas fases mais avançadas, podem ocorrer vômitos e fezes com sangue e sangramento nasal. 

Pode-se contrair a dengue hemorrágica diretamente, sem ter contraído a 
dengue clássica, dependendo do tipo de vírus contraído 
e da resistência do organismo.

 

Por que o vírus da dengue provoca sangramentos?
As plaquetas são estruturas do sangue cuja função é evitar os sangramentos (hemorragias). Os anticorpos produzidos pelo nosso organismo para combater o vírus da dengue são também capazes, principalmente após uma segunda infecção, de destruir as nossas próprias plaquetas. Nessas condições, o número de plaquetas no sangue diminui e, quando estão muito baixas (o normal é de 150 a 450 mil), podem ocorrer sangramentos.

O que fazer com um paciente com dengue hemorrágica? 
Nunca espere para saber se a dengue é clássica ou hemorrágica.

A espera pode significar a diferença entre a vida e a morte. Por isso, diante de qualquer suspeita de dengue (febre alta e repentina e dores em todo o corpo):

  • Procure imediatamente atendimento médico 
  • Fique em repouso e beba bastante líquido 
  • Não use medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico ou derivados e fique atento para os medicamentos com vários compostos, pois um deles pode ser o ácido acetilsalicílico. LEIA ATENTAMENTE AS BULAS DOS MEDICAMENTOS e só use medicamentos receitados pelo seu médico!
  • Na dúvida, evite qualquer tipo de analgésico ou antiinflamatório, antes de obter a orientação de seu médico!

Todo paciente com dengue hemorrágica precisa de transfusão? 
Nem sempre. A transfusão só é necessária se o número de plaquetas estiver abaixo de 50 mil.

 

O essencial é prevenir

Sem dúvida, a melhor forma de evitar a dengue é combatendo o mosquito. E até que não é difícil, uma vez que ele só se reproduz em águas paradas e limpas. Você e seus vizinhos devem estar conscientes de suas responsabilidades!

  • Tampe sempre sua caixa d'água, o poço, a cacimba, os tambores de água ou tonéis, a cisterna, as jarras e os filtros. 
  • Não deixe no quintal, no jardim ou em qualquer local da casa recipientes que possam acumular água. Latas, copos descartáveis, garrafas e tampinhas, pneus, sapatos velhos, cascas de coco e banheira são ambientes perfeitos para o mosquito da dengue crescer e se multiplicar. 
  • Se em sua casa, local de trabalho ou estudo existem plantas em vasos com água, faça sua substituição por terra. 
  • Mantenha a garagem, o quintal e o jardim sempre limpos. Não acumule sucatas em casa. Chame o serviço de limpeza urbana de sua cidade para remover o lixo, entulhos e escoar as águas paradas ou empoçadas nas ruas. Fique de olho nos terrenos baldios, construções, tanques, praças e piscinas abandonadas, todos propícios ao acúmulo de lixo e água.   

 

Dúvidas que ainda não foram esclarecidas:

Quanto tempo após a picada do mosquito a doença vai se manifestar?
O tempo médio de surgimento dos primeiros sintomas é de cinco a sete dias.

Qual é o período em que a pessoa infectada pode transmitir o vírus de volta para o mosquito?
A pessoa pode transmitir o vírus um dia antes do aparecimento dos sintomas e até seis dias após a cura espontânea.

A dengue pode ser transmitida diretamente de uma pessoa para outra?
Não. Uma pessoa infectada não transmite a dengue para outra.

Somente a picada do mosquito pode transmitir a doença. Pode-se pegar dengue através da transfusão de sangue?
Não. As pessoas que já tiveram dengue não passam a doença através do sangue doado.

É verdade que a menstruação aumenta a gravidade da dengue? 
Os médicos recomendam que, nesta situação, a pessoa deva observar o fluxo menstrual. Se a mulher estiver com dengue e o fluxo menstrual aumentar, pode representar agravamento do quadro clínico.

Cães, gatos e outros animais domésticos também pegam dengue e podem transmitir a doença?
Não. Os animais domésticos não pegam dengue. Esse mosquito só pica pessoas.

A dengue em pessoas idosas é mais grave?
Sim. O idoso (acima de 65 anos) já tem seu sistema de defesa mais rebaixado. Por isso, qualquer doença, principalmente as virais, pode ser mais grave a partir dessa idade. Pode-se pegar dengue na praia? Essa possibilidade é reduzida. O Aedes é um mosquito doméstico e prefere ambientes fechados.

Pode-se pegar dengue nas relações sexuais?
Não. A dengue não é transmitida por contato direto. Apenas a picada do mosquito transmite a doença.

A pessoa que teve febre amarela está protegida contra a dengue?
Não. Embora ambas as doenças sejam transmitidas pelo Aedes, os vírus são diferentes. Além disso, há vacina contra a febre amarela que protege o ser humano por até 10 anos. Contra a dengue, ainda não há vacina.

Por que não há ainda uma vacina contra a dengue? 
Os pesquisadores estão lutando para isso. Entretanto, pela quantidade de subtipos de vírus, ainda não conseguiram uma vacina eficiente.

Há riscos para o feto, se uma gestante pegar dengue? 
O feto de uma gestante com dengue não será contaminado, nem existem relatos de malformações fetais decorrentes da doença. O que se tem certeza é que, se a mulher contrair dengue mais de seis meses antes de engravidar, o bebê vai nascer com defesas contra o tipo de vírus contraído pela mãe. Essa imunidade do bebê dura de seis a oito meses.

 A mulher que estiver amamentando deve parar de amamentar, caso contraia a dengue? 
Se a mulher tiver condições de amamentar, deve fazê-lo, pois somente estará beneficiando o bebê. Os anticorpos contra a dengue passam para o bebê através do leite.

Como lidar com bebês e crianças com dengue?
Os lactentes devem continuar sendo amamentados, caso a mãe tenha condições para isso. Crianças mais velhas devem manter uma alimentação normal e beber bastante líquido.

 

Aprenda a identificar o mosquito da Dengue

O mosquito da dengue, muito parecido com o pernilongo, é menor que um mosquito comum (5 a 7 milímetros), de cor escura, rajado, com listras brancas no corpo e nas patas. Chama-se Aedes aegypti, por ter sido identificado no Egito. O nome significa "o indesejável do Egito". Provavelmente, nem as múmias o queriam por lá!

Curiosamente, somente a fêmea precisa do sangue humano para seu desenvolvimento; o macho alimenta-se de frutas. Portanto, somente as fêmeas irão transmitir a dengue. 
O Aedes aegypti ataca somente durante o dia, geralmente de manhã ou no final da tarde.

Onde o Aedes aegypti gosta de ficar? 
O Aedes aegypti é um mosquito caseiro. Prefere ficar em áreas fechadas e atacar na região das pernas, embaixo das mesas, próximo ao chão.

Existe apenas esse tipo de Aedes?
Não. Existem dezenas de espécies de Aedes. Eis apenas alguns exemplos:

  • Aedes aegypti - é um mosquito urbano. Vive nas casas ou próximo a elas. Transmite a febre amarela urbana e a dengue. Pode transmitir também filariose e encefalite. 
  • Aedes africanus - é um mosquito que vive nas matas e que ataca os macacos. É vetor da febre amarela silvestre. 
  • Aedes pseudoscutellaris - espécie das ilhas do Pacífico. É o vetor da filariose. 
  • Aedes canadensis - espécie Norte Americana. Vetor da encefalite eqüina. 
  • Aedes togoi - espécie do Japão. Vetor da filariose.            

Qual é a relação entre o Aedes e a temperatura ambiente? 
A temperatura mais favorável para o desenvolvimento da larva é entre 25 a 30ºC. Abaixo e acima destas temperaturas o Aedes diminui sua atividade. Acima de 42ºC e abaixo de 5ºC ele morre.

Quais são os mais importantes criadouros do mosquito?
Basicamente todos os ambientes que acumulam água limpa. Plantas (bromélias e outras), vasos, pneus, cisternas, lajes, caixas d'água etc.

Posso usar inseticidas diariamente contra o Aedes?
Pode. A maioria dos aerossóis domésticos possui piretróide que, segundo alguns especialistas, é uma substância menos tóxica para as pessoas. De qualquer maneira, os inseticidas não devem ser borrifados diretamente em pessoas, animais e plantas.

Posso usar repelentes corporais? 
Pode, mas com cautela. Existem apresentações em creme, loção ou aerossol. Aqueles que contêm DEET formam uma camada protetora sobre a pele. Alguns repelentes têm MGK e PVO, que são substâncias que potencializam os efeitos dos repelentes. Devem ser usados com moderação. Não é recomendado para crianças com menos de 6 anos. Repelentes corporais podem causar reações alérgicas na pele.

O Aedes também se desenvolve em piscinas? 
Só em água de piscinas abandonadas. Se a água for tratada, com pH adequado e clorada, não há qualquer risco de desenvolvimento de larvas do Aedes.

Os aquários também são criadouros do Aedes?
Não. As larvas dos mosquitos são o prato preferido dos peixes.

Colocar pó de café nos pratinhos de plantas impede o desenvolvimento das larvas do mosquito? 
Apesar da recomendação de uma bióloga, não existe comprovação da ação larvicida da borra de café.

Água sanitária e fumo de rolo têm ação sobre os focos? 
Não existe comprovação da eficácia. É prudente não confiar.

E quanto ao uso de velas?
Defensores do uso de velas de andiroba e citronela para afastar os mosquitos recomendam que o mesmo seja feito em ambientes fechados. Não há comprovação científica da eficácia das velas. É melhor ser prudente.

O ar condicionado ajuda a afastar o mosquito?
Sim, pois o Aedes não gosta de frio.

É verdade que o complexo B afasta o mosquito?
O complexo B realmente altera a composição do suor do corpo humano e, segundo o relato de alguns pesquisadores, sua eliminação pela pele tem ação repelente. No entanto, há controvérsias entre os médicos quanto a esta ação.

 

Ciclo de reprodução

No Brasil, o mosquito transmissor da dengue é o Aedes aegypti. Seu ciclo de vida compreende quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto.

OVO - Os ovos do Aedes aegypti medem cerca de 1 mm de comprimento e são depositados um a um pela fêmea em recipientes de água parada, na sua superfície. Lá eles aderem à parede interna desses recipientes imediatamente após serem depositados. Os ovos, até então brancos, adquirem a cor negra brilhante. O desenvolvimento completo do embrião se dá em 48 horas, em condições favoráveis de umidade e alta temperatura. Completado o desenvolvimento embrionário, os ovos são capazes de resistir por mais de ano, mesmo longe da água (o que chamamos resistência à dessecação). Após esse período, se colocado em contado com locais úmidos, pode haver a eclosão. Esta condição permite que os ovos sejam transportados a grandes distâncias, o que o torna o principal meio de proliferação e dispersão do mosquito.

LARVA - Fase que antecede a pupa, as larvas alimentam-se de substâncias orgânicas, bactérias, fungos e protozoários existentes na água. A duração da fase larval, em condições favoráveis de temperatura (25 a 29ºC) e boa alimentação, pode chegar a 10 dias, podendo se prolongar por algumas semanas. Movimenta-se em forma de serpente, como um "S". É sensível a movimentos bruscos na água, movimenta-se com rapidez e se refugia no fundo do recipiente.

PUPA - A pupa não se alimenta, apenas respira e raramente é afetada pela ação de larvicidas. A duração da fase pupal, em condições favoráveis de temperatura, é de aproximadamente dois dias. É nesta fase que ocorre a metamorfose do estágio larval para o adulto.

ADULTO - Na fase adulta, já formado o mosquito, macho e fêmea alimentam-se de néctar e sulcos vegetais até a fase de acasalamento (uma única inseminação é suficiente para fecundar todos os ovos que a fêmea venha a produzir durante sua vida). A partir daí, a fêmea necessita de sangue para a maturação dos ovos. A busca por esse alimento ocorre, geralmente, durante o dia - nas primeiras horas da manhã e ao anoitecer. Em regiões tropicais, como o Brasil, o fato de ocorrerem chuvas constantes aumenta significativamente o número de mosquitos.

Fonte: www.sanofi-aventis.com.br

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