A busca pela qualidade de vida nas cidades passa pela criação de espaços urbanos mais sustentáveis. Dessa cruzada, saem exemplos inspiradores, como os dessas 10 cidades, que trazem soluções diferenciadas para desafios tão comuns às grandes metrópoles, como a poluição, a gestão do lixo, o desperdício de energia e o caos dos transportes.
Elas foram reconhecidas pelo prêmio Leadership Awards, concedido Grupo de Cidades Líderes pelo Clima (C-40) e a Siemens.
São Francisco, EUA
São Francisco venceu na categoria Gestão de Resíduos, graças ao seu bem-sucedido Programa Desperdício Zero, que tem a meta ambiciosa de reaproveitar tudo o que no lixo é reciclável, até 2020. Para atingir esse objetivo, a cidade atua em três frentes, abordando desafios legais, administrativos e sociais.
São Francisco promulga políticas fortes de redução de resíduos e criou uma cultura de reciclagem e compostagem. Durante a última década, a taxa de reciclagem da cidade aumentou 80 por cento, em parte graças aos incentivos financeiros inteligentes postos em prática.
A capacidade de mobilizar todas as partes interessadas e envolver os cidadãos faz com que este projeto seja altamente replicável.
Nova York, Estados Unidos
Nova York é um exemplo de adaptação e resiliência. Depois de ser atingida pelo furacão Sandy em 2013, a cidade apresentou este ano um plano para aumentar sua resistência contra eventos climáticos severos. São iniciativas que vão proteger ainda mais o litoral, bem como fortalecer os edifícios da cidade e todos os sistemas vitais que sustentam seu funcionamento, como as redes de energia e de telecomunicações, sistemas de transporte, saúde, água e suprimentos alimentares.
A capacidade de criar um plano tão abrangente - e, em seguida, botá-lo em prática – faz de Nova York um exemplo para outras grandes metrópoles.
Bogotá, Colômbia
Bogotá é o vencedor da categoria transporte urbano por seu mundialmente famoso sistema de BRTs, o TransMilenio, e seu programa mais novato de táxis elétricos, o E-táxis. Apesar das restrições de financiamento e uma população em rápido crescimento, esta megacidade assumiu o desafio de melhorar a sua infraestrutura de transporte público.
Hoje, o TransMilenio transporta cerca de 1,5 milhão de passageiros por dia em uma rede de 87 quilômetros. A cidade também começou a testar ônibus elétricos e híbridos em algumas rotas, no ano passado. Para complementar estas iniciativas, uma frota de 50 táxis elétricos começou a operar na capital em agosto, como parte de um projeto piloto.
Munique, Alemanha
Munique é o vencedor da categoria de Energia Verde. Em cooperação com a empresa de serviços públicos da cidade Stadtwerke München (SWM), Munique quer, até 2025, produzir eletricidade limpa suficiente em suas próprias usinas para atender às necessidades de todo o município.
Isso tornaria a capital da Baviera a primeira cidade do mundo com mais de um milhão de habitantes inteiramente abastecida por energia renovável. Segundo as previsões atuais, mais de 80 por cento da eletricidade local será gerada por parques eólicos até 2015.
Munique já introduziu muitas iniciativas verdes ao longo das últimas décadas, o que lhe confere um papel pioneiro na redução de emissões de CO2.
Melbourne, Austrália
A melhor cidade do mundo para se viver não poderia estar de fora desta lista. Melbourne é premiada por seu programa de edificação sustentável, que traz abordagens inovadoras para mitigar o impacto ambiental dos prédios comerciais. Com incentivos financeiros, o governo local estimula proprietários e gestores de edifícios a reduzir a geração de lixo enviado aos aterros e a aumentar a eficiência no consumo de energia e de água.
Melbourne também lançou recentemente um programa on-line nacional projetado para ajudar os proprietários de apartamentos a economizar dinheiro e melhorar a eficiência energética de áreas comuns. A cidade demonstrou um alto nível de liderança em reconhecer os desafios do setor através da criação do primeiro mecanismo de assistência financeira, que permite a expansão ampla e bem-sucedida do programa.
Singapura
Apesar de ter uma população urbana crescente e espaço físico limitado, Singapura é uma das cidades menos congestionadas do mundo. Não por acaso, o sistema de transporte inteligente de Cingapura é o vencedor da categoria de infraestrutura. Para atender a essas demandas, a cidade tem maximizado a capacidade de sua rede rodoviária, usando ferramentas políticas e tecnológicas. A cidade é extremamente bem servida de transporte coletivo, que controla a oferta de ônibus e metrô conforme a demanda.
Outros elementos incluem um sistema de monitoramento que alerta os motoristas para os acidentes de trânsito em estradas principais, e um sistema de GPS, instalado em táxis da cidade, que monitora e informa sobre as condições de tráfego. Todas as informações são geradas a partir do Centro de Operações da cidade, que consolida os dados e fornece informações de trânsito em tempo real para o público.
Cidade do México, México
O vencedor na categoria qualidade do ar é uma cidade que tem enfrentado este desafio por décadas. Em 1992, a Organização das Nações Unidas considerou a Cidade do México a mais poluída do planeta. Graças a uma série de planos abrangentes – parte da iniciativa Proar - ao longo das duas últimas décadas, a cidade tem registrado reduções no nível de poluição e fumaça.
Como parte do seu programa, a cidade investe no sistema BRT, metrô e no programa de compartilhamento de bicicletas Ecobici. Não há nenhuma solução rápida quando se trata de qualidade do ar, mas a Cidade do México mostrou que os anos de determinação e uma abordagem abrangente podem fazer uma enorme diferença.
Copenhague, Dinamarca
Em 2025, Copenhague pretende tornar-se a primeira capital carbono neutra do mundo. Para atingir essa meta ousada, a Câmara Municipal da cidade aprovou um vasto conjunto de iniciativas que devem levar à redução do nível atual de emissões, de cerca de 2,5 milhões de toneladas, para menos de 1,2 milhões de toneladas em menos de duas décadas.
O plano tem quatro frentes de trabalho: consumo de energia, produção de energia, mobilidade e administração da cidade. Considerada um paraíso mundial para os ciclistas, o que Copenhague ensina é que a chave para o sucesso é uma estreita cooperação entre governo, empresas, instituições de conhecimento e cidadãos.
Rio de Janeiro, Brasil
Única cidade brasileira a figurar na lista, o Rio de Janeiro se destaca pelo projeto Morar Carioca, vencedor da categoria Comunidades Sustentáveis. O projeto investe na urbanização de favelas da cidade até 2020. Segundo o Censo do Brasil 2010, estima-se que 22 por cento da população do Rio de Janeiro vive em assentamentos informais.
O projeto, diz o júri, terá um impacto direto sobre o meio ambiente, a saúde e o bem-estar de mais de 200 mil habitantes. O objetivo é manter as pessoas dentro de suas próprias comunidades, somente mudando as áreas atualmente sob ocupação de alto risco de deslizamentos de terra. Desde 2009, cerca de 20.000 famílias foram realocadas, e o objetivo é reassentar todos os que vivem sob condições de risco em 2016.
Tóquio, Japão
Em abril de 2010, Tóquio se tornou a primeira cidade do mundo a aderir ao sistema de cap-and-trade, exigindo reduções de CO2 de grandes edifícios comerciais, públicos e industriais, através de medidas de eficiência energética ou participação no esquema de comércio de emissões.
Por sair na frente, Tóquio é exemplo na categoria de Finanças e Desenvolvimento Econômico. O esforço rendeu frutos e, atualmente, o projeto já engloba 1.100 instalações, que juntas reduziram suas emissões em 13% na cidade, evitando a liberação de 7 milhões de toneladas de CO2 para a atmosfera.
Fonte: exame.abril.com.br
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