Grande parte das artes marciais existentes foram criadas na China. São tantas que, para podermos falar um pouco sobre cada uma das principais, precisamos criar dois artigos. A primeira parte você pode conferir aqui e a segunda parte você pode conferir logo a seguir.
Mao Quan
O sistema do Mao Quan é baseado não em taolus como a maior parte dos estilo ditos tradicionais, mas sim em aplicabilidade das técnicas de combate de guerra chinesas, principalmente do centro/sul da China. Neste estilo não há o intuito de formar campeões, pois títulos, certificados e medalhas nada valem no momento da realidade das ruas ou problemas da vida moderna.
O principio do Mao Quan é que nenhuma técnica, movimento ou aplicação é por nada, tudo tem um fundamento e deve-se entender esse fundamento para ser considerada como "ARTE", e deve-se executar as técnicas com vida, energia e comprometimento para ser chamado de "MARCIAL". A bases devem ser sólidas sem serem presas, leves sem serem moles.
A linhagem tem como base várias técnicas clássicas e tradicionais, bem como algumas raras. Além da execução física das técnicas, o estilo tem como base os 5 elementos da natureza segundo a tradição chinesa: terra, fogo, agua, metal e madeira. O Mao Quan ficou conhecido aqui no Brasil como um conjunto de técnicas que foi ensinado pelo Sr. Peng ao jovem Ronaldo, técnicas essas que têm base em outros estilos do centro / sul da China e hoje provavelmente é um dos poucos, se não o único estilo de guerra que ainda preserva essas características.
Essas técnicas são provenientes da região de Yunnan, Chóng qìng, Sì chuan e Guang xi, algumas eram técnicas conhecidas e tradicionais como tigre, louva-a-deus e dragão, mas outras um tanto exóticas como o próprio gato, caranguejo e pato.
Louva-a-deus
Nome dado a dois estilos distintos de artes marciais chinesas; um deles é característico "do Sul" e o outro "do Norte" da China. O estilo louva-a-deus do norte foi criado por Wang Lang na província de Shandong. Algumas características do estilo louva-a-deus do norte são: grande velocidade, ataques incessantes, e movimentação complexa dos pés.
Há vários sub-estilos de louva-a-deus. O louva-a-deus sete estrelas, por exemplo, é um estilo de kung fu, desenvolvido a partir do estilo Louva-a-deus do norte.
Louva-a-deus do sul
Apesar do seu nome, o estilo louva-a-deus do sul das artes marciais chinesas não tem relação nenhuma com o estilo louva-a-deus do norte. O louva-a-deus do sul é um sistema de combate a curta distância que privilegia técnicas de força curta e tem aspectos quer suaves e internos quer duros e externos. Como o Wing Chun e o Xingyiquan — outros estilos criados como artes de puro combate — o louva-a-deus do sul não tem grande valor estético, ao contrário do seu homónimo do norte e de outros estilos.
O louva-a-deus do sul tem ligações com a medicina tradicional chinesa, em particular o conceito de meridianos, que usa para dim mak e tui na. Ainda que se possa contestar a veracidade das histórias que contam as origens dos estilos de louva-a-deus do sul, o que é indiscutível é a sua ligação ao povo Hakka da região do interior oriental de Cantão.
A tradição do louva-a-deus do sul Chu Gar defende que os hakka descendem de gente leal à Dinastia Ming que fugiu para o sul quando esta foi destronada pela Dinastia Qing. As tradições dos ramos Chow Gar e Kwong Sai Jook Lum dizem que os seus respectivos fundadores Chow Ah-Nam e Som Dot criaram os seus estilos após terem testemunhado uma luta entre um louva-a-deus e um pássaro, que o louva-a-deus ganhou.
No entanto, as tradições do ramo da família Chu dizem que o nome "louva-a-deus do sul" foi escolhido para esconder das forças Qing as suas afiliações políticas fingindo que este esotérico estilo praticado por resistentes leais aos Ming era afinal uma variante regional do popular e muito espalhado estilo Louva-a-deus de Shandong.
Nan Quan
Em artes marciais, chama-se genericamente de Nan Quan (literalmente "Punhos do Sul") todos os estilos de combate desarmado da escola Waijia de Wushu, originários do Sul da China. Como marcas mais notáveis, o Nanquan se caracteriza pelo uso de poucos golpes de salto, posturas de combate muito baixas, uso predominante de golpes de mão e de chutes baixos.
Bak Sil Lam
O Shaolin do Norte ou Bak Sil Lum é um estilo externo de Wushu desenvolvido na região setentrional da China. São vitais no estilo a concentração e a respiração, além do equilíbrio, características marcantes dos estilos Shaolin. Além do que já foi citado, o Shaolin do Norte envolve o combate tradicional e técnicas de quebramento, possibilitando assim uma grande evolução do praticante por meio de exercícios altamente elaborados e de práticas com eficiência há muito comprovadas.
Shaolin Quan
O termo Shaolin Quan se refere aos estilos e técnicas de kung fu desenvolvidos pelos monges do Templo Shaolin. Shaolin é um mosteiro budista que fica na província de Henan na China. Uma destas técnicas é o Punho de Shaolin (ou punho da jovem floresta), caracterizado por sua destreza, velocidade e potência. Não há evidências conclusivas de quem criou o Shaolin Quan, nem quando foi criado.
O "Shaolin Quan" é tido como o estilo "mãe" de todos os outros estilos que carregam o nome "Shaolin", como o Bei Shaolin (Shaolin do Norte), Nan Shaolin (Shaolin do Sul) e muitos outros. De acordo com os antigos livros-guias de Kungfu escritos no Templo Shaolin, o Shaolin Quan tinha 708 séries de movimentos (Tao Lus), incluindo 552 séries de Quan e 156 de armas, e outras séries como as 72 habilidades únicas, Qi Gong, Chin-Na, Sanshou, Suai Jiao, atacar pontos vitais do corpo, etc.
O total de séries existentes de Kung fu é de 545, incluindo 178 séries de Quan, 193 séries de armas, 59 séries de combate, assim como 115 outras séries. O Currículo Shaolin, recentemente re-construído é composto por mais de 300 formas de mão. Em termos de armas, a ênfase está no bastão Shaolin, mas há uma grande variedade de armas ensinadas.
Entre as armas adicionais incluem a espada Damo, Tridente, facão de cabo longo, chicote, Guai (Muleta), punhais, espadas gancho e muitos mais.
Shuai Jiao
Estilo de luta livre tradicional antigo originado na China há mais de quatro mil anos. Acredita-se que o shuai jiao tenha sido criado pelo lendário Jakus-Shu, e chegou na China através da Mongólia. Como todos os sistemas de luta chinesa, era originariamente uma luta bastante popular e seus combates não tinham regras específicas, levando eventualmente os combatentes à morte.
A partir do final do século XIX foram introduzidas regras para competição esportiva.
Tai Chi Chuan
Arte marcial interna chinesa, categoria nomeada em chinês de neijia. Este estilo de arte marcial é reconhecido também como uma forma de meditação em movimento. Os princípios filosóficos do tai chi chuan remetem ao taoísmo e à alquimia chinesa. A relação de yin e yang, os cinco elementos, o ba gua (Oito Trigramas), o Livro das Mutações (I Ching) e o Tao Te Ching de Lao Zi são algumas das principais referências para a compreensão de seus fundamentos.
O tai chi chuan tem suas raízes na China, sendo atualmente uma arte praticada no mundo todo. Os criadores do tai chi chuan basearam sua arte na observação da natureza - não apenas na observação dos animais, mas no estudo dos princípios da interação entre os diversos elementos naturais. Como somos parte desta natureza, o conhecimento destes princípios e de como atuam dentro de nós, estudados pela medicina tradicional chinesa, revelam o tai chi como uma fonte efetiva de energia que encontra-se em nosso interior, situada na região do corpo nomeada pelos chineses de dantian médio.
Algumas das possíveis traduções literais de tai chi chuan são: "Punho da suprema cumeeira", "punho do limite supremo" ou simplesmente "punho do tai chi". Como cada ideograma pode ter mais de um sentido, há outras formas de traduzir o termo além destas. No taoísmo, onde o tai chi chuan teve sua origem, a "suprema cumeeira", ou "limite absoluto" tem a conotação filosófica de "elevação", "sublimação", "purificação", resultante, entre outras, do desenvolvimento de um mecanismo de defesa emocional pelo qual tendências ou sentimentos inferiores se transformam em outros que não o sejam.
O tai chi também simboliza o "Cosmo" e a interação, dos princípios energéticos yin e yang, em constante mutação, sendo conhecida a sua representação pelo tai chi tu (diagrama do tai chi), mais conhecido no Ocidente como o "símbolo do yin-yang". A história do tai chi chuan é considerada sempre sob dois aspectos: o lendário e o historicamente comprovado.
O aspecto lendário é, geralmente, encarado como uma metáfora para indicar o desenvolvimento dos princípios do tai chi chuan através da figura do taoista imortal Chang San Feng. Historicamente comprovado, o criador do tai chi chuan foi Chen Wangting. Existem indicações de que, durante a Dinastia Tang (618-906 d.C.), um eremita chamado Xu Xuan Ping desenvolveu uma arte chamada "os trinta e sete estilos do tai chi", também chamada de chang chuan (punho longo) ou chang kiang (rio longo).
Por volta da mesma época, um monge taoista chamado Li Dao Zi praticava uma arte denominada "punho longo primordial", semelhante aos trinta e sete estilos do tai chi. Muitas das posturas dessas duas artes têm nomes semelhantes aos das atuais posturas do tai chi chuan. O texto Guan Jing Wu Hui Fa (Método para se Alcançar o Esclarecimento Através da Observação da Escritura), escrito por Cheng Ling Xi na época da Dinastia Liang (907-923 d.C.), no período das cinco dinastias e dos dez reinos, é o documento mais antigo já encontrado a usar o termo tai chi chuan.
Chang San Feng (1247-?), que então vivia num templo taoista do monte Wudang, já teria desenvolvido uma arte conhecida como "Os trinta e dois estilos do punho longo de Wudang" e, posteriormente, criou "As treze posturas do tai chi", após observar uma luta entre um pássaro (grou) e uma cobra, quando constatou que a flexibilidade se sobrepunha à rigidez, compreendendo a prática da alternância entre o yin e o yang e outras concepções da natureza, que se constituem na base do que depois passou a ser chamado de tai chi chuan.
O sucessor de Chang Sangfeng foi o também monge taoista Taiyi Zhenren que, no final da dinastia Ming, difundiu a arte entre os discípulos do monte Wudang. Ma Yun Cheng transmitiu a arte para vários discípulos célebres, entre eles Mi Deng Xia e Guo Ji Yuan, popularmente conhecidos como "os dois santos" e Wang Zhong Yue, que denominou essa arte de Wudang tai chi chuan e escreveu o Tratado de Tai Chi Chuan, um dos Clássicos do Tai Chi Chuan.
Wang Zhong Yue transmitiu o tai chi chuan ao famoso mestre Zhang Song Xi, que depois o ensinou a Dan Si Nan, que veio a ter como discípulo Wang Zheng Nan, que se referia à arte de Wudang como uma arte interior, distinta das artes de Shaolin, que ele chamava de arte exterior. Segundo os historiadores Tang Hao e Gui Liuxin, seguindo a origem a partir do fato histórico de que Yang Luchan aprendeu com Chen Changxing (1771-1853) do vilarejo de Chenjiagou, o tai chi chuan foi criado por Chen Wangting (1600-1680) na passagem da dinastia Ming para a dinastia Qing.
São cinco os estilos de tai chi chuan reconhecidos como tradicionais pela comunidade internacional, cada um deles recebeu o nome da família chinesa que o criou, desenvolveu e transmitiu. Ordenados por sua popularidade, considerando o número de praticantes, teríamos: Yang, Wu, Chen, Sun e Wu/Hao. Atualmente encontramos referências a diversos outros estilos.
Outros alegam ter sido praticados em segredo dentro de outras famílias ou em monastérios a partir das referências milenares taoístas que deram origem a esta prática, tornando-se de conhecimento aberto ao público há menos tempo. Entre estes exemplos se inclui o estilo Wudang, referência ampla à prática de tai chi chuan realizada ainda hoje nos templos da montanha de Wudang (não confundir com o estilo contemporâneo que tomou para si o nome de Tai chi chuan de Wudang).
Há também o que poderíamos chamar de Tai chi chuan estilo de Pequim, composto por formas (tao lu) padronizadas pelo Governo Chinês, através do Comitê Nacional de Esportes da China, desenvolvidas exclusivamente para fins terapêuticos e esportivos. O tai chi chuan já foi concebido e se desenvolveu na antiguidade como uma forma avançada e eficaz de combate: a função de guarda costas foi exercida por diversos praticantes da família Chen; instrutores da família Yang deram aulas para a guarda imperial e posteriormente para o exército republicano chinês.
Sua aplicação como arte marcial acontece através do uso de movimentos circulares e contínuos que acompanham e complementam os movimentos do adversário de um modo similar ao ilustrado pelo símbolo do tai chi. O próprio símbolo do yin-yang, conhecido também como diagrama do tai chi, é a melhor metáfora para refletir sobre quaisquer posturas que se apresentem como polos opostos em uma discussão.
Este símbolo mostra a interação dos opostos e como um interage, define e amplia o significado do outro. É importante que o interessado em praticar tai chi chuan converse com os responsáveis pela orientação de seu grupo para descobrir como são abordados os diferentes aspectos pertinentes a esta prática, como: a auto defesa; o treinamento para a saúde; o equilíbrio dos aspectos físicos, emocionais, mentais e espirituais verificando se estas posturas correspondem às suas expectativas em relação à prática.
No Brasil a divulgação da prática do tai chi chuan teve seu início na década de 1960 em São Paulo e no Rio de Janeiro, capitais que contam com a presença de um grande número de chineses. Os mestres chineses pioneiros e seus discípulos introduziram e propagaram no país as diversas linhagens tradicional desta arte. Diversos professores brasileiros, alunos desses e de outros mestres, têm se destacado no ensino dessa arte, sendo responsáveis pela publicação de diversos livros, vídeos, revistas e artigos científicos.
Wing Chun
Sistema de luta surgido no sul da China que se distingue pela economia de movimentos e utilização da estrutura óssea. A arte baseia-se na leitura da inteligência da "Garça" com a "Serpente" e na base do "Carneiro". Wing Chun é um sistema de defesa pessoal realista, criado na China por uma mulher (monge shaolin). Neste sistema trabalha-se com todas as possibilidades: mais de um atacante, ataques de qualquer direção, de pé, sentado ou já no chão, etc...
Mais antigo que o Karatê e o Taekwondo (só para citar duas excelentes e muito diferentes artes marciais), suas origens vêm do mosteiro Shaolin (Siu Lan), onde a mestra de artes marciais, Monge Ng Mui, possuía habilidade técnica superior aos combatentes do seu tempo. A principal diferença, entre os estilos praticados até então, está em seu conceito de defesa.
Existem várias versões para a história do sistema envolvendo o templo de Shaolin (Siu-Lan), a monja Ng Mui, e a jovem Yim Wing Chun, de acordo com a linhagem a que pertencem. O Wing Chun foi transmitido em secreto em algumas linhagens, e em âmbito familiar na de Yip Man, até a década de 40, quando este teve que se mudar para Hong Kong.
A primeira base aprendida é denominada Yi Ji Kim Yeung Ma, adaptada ao treinamento de socos, defesa e base de combate. O Siu Nim Tao (pequena idéia) é o nome da primeira das formas do Wing Chun, este mostra explicitamente o método suavidade/firmeza nos socos e defesas com os braços. As "Formas" são sequências ordenadas de movimentos que servem para dar coordenação corporal.
Chi-sao (mãos que aderem) é a única arte marcial que possui um exercício onde os reflexos táteis são tão amplamente treinados. No Lop Sau utiliza-se as mãos e braços como "armadilhas" onde, sempre se leva a imobilização ou neutralização dos ataques desferidos com as mãos pelo adversário. O sistema Hung Fa Yi Wing Chun foi criado no século XVII graças à cooperação entre monges-guerreiros e militares de alta patente no Monastério Siulam (Shaolin) de Fukien, Sul da China – legendário foco de resistência dos revolucionários chineses contra os invasores que, em 1644, depuseram a Dinastia Ming e elevaram a família real Manchu (Qing) ao trono.
Tradicionalmente, o Hung Fa Yi Wing Chun Kuen foi inicialmente ensinado aos membros familiares e/ou a discípulos “indoor” (não públicos). Com 5 anos de idade, Grão Mestre Gee iniciou seu treinamento em artes marciais sob a tutela de seu pai. Grão Mestre Gee tem lecionado desde sua mudança para os EUA em 1975 com a idade de 18.
Wudang Quan
É o conjunto das práticas marciais internas divulgadas pelos templos das montanhas Wudang. Esta linhagem taoísta das artes marciais internas é uma das mais antigas da China. O primeiro a descrever as artes marciais chinesas internas referindo-se ao contraste entre a "escola interna" ou de Wudang e a "escola externa" ou de Shaolin foi Huang Zongxi, em 1669.
Wudang é reconhecida como um dos principais redutos dos praticantes da linha essencialmente interna do Wu Shu. Seus treinamentos priorizam a meditação e os exercícios de Qi Gong (controle da energia interna). Wudangquan incorpora em seus treinamentos a teoria do yin yang e a Teoria dos Cinco Elementos (água, madeira, fogo, terra e metal) conforme os ensinamentos do I Ching e da filosofia taoísta fundamentada em Lao Zi.
Referências aos movimentos de animais também são comuns em algumas destas práticas. Os movimentos são treinados integrados às prática internas associadas ao Tao Yin de modo a desenvolver a força interior tanto como método de ataque como de defesa. Em Wudang se diz: "Tai Chi Chuan não é só forma, como vem acontecendo no mundo moderno. Tai Chi Chuan é "chí", energia vital. Sem o cultivo do Chi, do Tai Chi Chuan resta apenas o corpo".
Nos templos de Wudang são praticados além do Tai Chi Chuan outros estilos de artes marciais internas como o Xing Yi Quan e o Baguazhang. A prática de Wudangquan é também conhecida por seu treino com armas é muito famosa pelo seu uso da espada reta chinesa (jian). A criação desta linhagem de "taiji quan" (ou tai chi chuan) é atribuída ao lendário mestre taoísta Chang San Feng, considerado por praticantes dos diversos estilos de Tai Chi Chuan como a fonte original de todos os estilos, que teria vivido nas montanhas Wudang.
A origem do Tai Chi Chuan é tradicionalmente relacionada aos ensinamentos dos diversos templos taoístas das montanhas Wudang. Tai Chi Chuan de Wudang ou Tai Chi Wudang também é o nome adotado pelo Mestre Cheng Tinhung para o estilo de Tai Chi Chuan que divulgou a partir de Hong Kong, esse estilo foi assim nomeado para reconhecer e homenagear Zhang Sanfeng como criador desta arte.
Xinyiquan
O boxe da mente e forma, é um estilo de arte marcial chinesa interna (neijia), é também conhecido como boxe dos cinco elementos ou wuxingquan. Algumas escolas incluem em suas formas dez ou doze animais. Seu desenvolvimento é atribuído segundo a lenda ao famoso general chinês Yueh Fei (Wu Mu). Foram encontrados registros históricos devidamente documentados a partir de Ji Longfeng (Jijike) (1602-1683) provável criador deste estilo, conta-se que foi elaborado a partir de um livro que lhe foi entregue assinado por Yueh Fei.
Seu maior ícone foi o mestre Guo Yun Shen (1827-1903) que por sua vez foi mestre de Wang Xiang Zhai, que utilizando alguns conceitos deste estilo juntamente com o Pakua Chang e Tai Chi Chuan desenvolveu o Yiquan ou I-Chuan. O xingyiquan se apoia na teoria dos cinco elementos onde possui uma forma básica de treinamento e outra avançada, a forma dos doze animais.
Presentes nos diversos estilos familiares ou regionais, os movimentos são mais que mera imitação dos movimentos de cada animal, inspiram-se nas suas técnicas e táticas. Diversas escolas apresentam apenas uma pequena quantidade de movimentos característicos de cada animal, enquanto outras incluem sequências de movimentos mais extensas.
Em 1960 o Mestre Chan Kowk Wai chega ao Brasil trazendo o Xingyiquan entre outros estilos de kungfu, em São Paulo. Na década de 1970 o Mestre Wu Chao Hsiang introduziu o estilo de Hsing-Yi original de Shanxi no Rio de Janeiro. No ano de 1986 o mestre Wang Te Cheng chegou no Brasil,aos 50 anos para ensinar artes marciais, trazendo uma experiência de mais de 35 anos na época, sendo reconhecido na China como um grande mestre nos estilos Xingyiquan, Yiquan e Taijiquan, em São Paulo por 20 anos.
Atualmente dois de seus melhores alunos ensinam o Xingyiquan, ambos com mais de duas décadas de experiência, são os mestres Marcos Fonseca na capital de São Paulo e Luiz Gustavo em Osasco. Atualmente o mestre Wang Tie Cheng mora em Beijing.
Zui Quan
Popularmente chamado de Estilo do Punho Bêbado ou Boxe do Bêbado, é um dos estilos de wushu tradicional (Kung-Fu) em que imita os movimentos de um bêbado. A postura do "Estilo do Punho Bêbado" são criadas pelo impulso e pelo peso do corpo, com fluidez nos movimentos. As técnicas de Zui Quan são baseadas na lenda dos Oito Bêbados Imortais.
Além do boxe bêbado, existem também os estilos da espada bêbada, do bastão bêbado, do facão bêbada e da lança bêbada. Nas artes marciais japonesas, o estilo do bêbado também está presente, embora não muito comum e de formas diferentes, sendo chamado de Suiken (punhos bêbados), Suibo (bastão bêbado), Suichaku (nunchaku bêbado), entre outros.
Sanshou
É uma forma chinesa moderna de combate corpo-a-corpo, um sistema de auto-defesa, e um esporte de combate. Não é considerado um estilo de luta independente, mas um dos componentes das diversas modalidades de arte marcial chinesa, normalmente ensinado integrado às diversas formas de wushu. Quase que paralelamente ao sanshou militar se desenvolveu o sanshou civil e competições clandestinas que acabavam com sérios danos aos competidores e eram quase que um vale tudo ao molde dos primeiros Ultimate Fighting Championships.
Como treinamento marcial o sanshou ao longo da história na china recebeu vários nomes como xiangbo, shoubo, chaishou, qiangshou, jiji, e daleitai. Em 1979, o Comitê Chinês de Esportes Nacionais (CCEN) decidiu que o sanshou estaria ligado ao wushu como esporte de competição. A prática contemporânea do sanshou como esporte de combate teve seu ponto de partida como esporte contemporâneo em 1990, ano em que o comite organizador dos XI Jogos Asiáticos incluiu o wushu como esporte oficial de competição.
O sanshou está crescendo rapidamente em popularidade. Recentemente tem se convertido também em um esporte profissional no Brasil onde o campeão invicto é o atleta André Dias Yamato, se encontrando hepta campeão. O sanshou se refere a luta livre a onde as regras estão prontas para simular com total precisão o combate atual e real.
No Sanshou amador é obrigatório o uso de capacete (com grade para os iniciantes), coquilha para os homens (proteção para a genital), luvas (8 oz para até 65 kg e 10 oz para categorias acima de 70 kg) , protetor bucal e protetor torácico (um tipo de "armadura" do mesmo material da luva).
Qinna
É uma arte marcial chinesa, cujo fulcro reside nas técnicas de imobilização e controlo do oponente, isto é, praticam-se golpes direcionados a específicos pontos de pressão e distensão de articulações, tendões e músculos, no fito de submeter o adversário, fazendo-o com que desista de prosseguir no eventual ataque. É uma prática usada em quase todos os estilos de artes marciais chinesas, sendo algumas vezes combinado com o shuaijiao (técnica corporal de luta chinesa): é um dos aspectos marciais aplicados no tai chi chuan, que tem como objetivo principal o desenvolvimento da energia (chi).
Diz-se que um mestre nesta arte é capaz de matar seu oponente se prolongar a aplicação de certas técnicas. Ao general Yue Fei, os taoístas atribuem a criação do estilo Hsing I, um dos três estilos internos (Nei chia) de wushu. As técnicas englobam golpes que vão desde o simples agarramento até projeções, isto é, arremesso do adversário.
Os historiadores acreditam que o general Yueh Fei (1103-1114 d.C) aprendeu com o monge Shaolin Jao Tung as 108 técnicas originais de apresamento e torção que ficariam conhecidas por chin na.
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