A batata nada mais é que um tubérculo comestível rico em amido,
um carboidrato. Ela vem de uma planta perene da família das solanáceas, que
possui entre sessenta a cem centímetros de altura, possui flores e frutos. O
nome batata pode referir-se tanto ao tubérculo comestível quanto à planta como
um todo.
A espécie teve origem na Cordilheira dos Andes, próximo ao Lago
Titicaca, e foi levada a outras regiões do mundo por colonizadores europeus.
Atualmente são cultivadas milhares de variedades da espécie em todos os
continentes e está inserida como um alimento fundamental na cultura mundial.
A relação da batata com a batata-doce é bem pequena porque os vegetais não compartilham do mesmo gênero ou família, fazendo parte apenas da mesma ordem.
Atualmente, o tubérculo é o quarto alimento mais consumido do mundo, com milhares de variedades de diferentes cores, sabores e tamanhos que são utilizadas em receitas no mundo todo.
O maior produtor mundial é a China, cuja produção em conjunto
com a da Índia corresponde a mais de um terço da produção mundial. Como qualquer
cultura, as plantações estão sujeitas ao ataque de diversas espécies de
bactérias, fungos e insetos que comprometem a produtividade. Por isso,
investe-se na criação de variedades mais resistentes, além da criação de batatas
geneticamente modificadas, apesar do grande temor que ainda existe sobre
produtos transgênicos.
O aumento da produtividade é visto, ainda, como uma solução
para acabar com a fome em diversos países. Para reconhecer a importância do
tubérculo no mundo, o ano de 2008 foi intitulado o Ano Internacional da Batata
pela Organização das Nações Unidas.
Origem e composição dos
tubérculos
Estrutura de uma batata em corte
longitudinal.
Os tubérculos, que correspondem aos talos subterrâneos
modificados, se originam do engrossamento na extremidade dos rizomas e começam a
se formar cerca de cinco semanas depois do surgimento do caule acima da
superfície do solo. A pele do tubérculo é composta de duas camadas de células:
uma camada exterior de células únicas chamadas epiderme e outra, logo abaixo,
chamada periderme.
As células da periderme podem conter um pigmento que produz batatas coloridas.
Abaixo da periderme está o córtex, seguido por um anel
vascular, que contém células que transportam nutrientes para o tubérculo. Mais
adentro está a medula, que representa a região primária de armazenamento no
tubérculo. O excesso de alimento produzido pela planta é transportado para a
medula pelo tecido vascular.
As células da medula aumentam em quantidade e em tamanho
enquanto lhes é fornecido alimento, causando o crescimento do tubérculo.
Diferenças entre as
subespécies da batata
Com o gênero Solanum existem mais de mil espécies
reconhecidas, mas provavelmente existem bem mais. Esse gênero é dividido em
diversas seções, das quais a potatoe contém todas que produzem
tubérculos, e essa seção, por sua vez, é dividida em séries, uma delas é a
tuberosa, onde se encontram cerca de 54 espécies selvagens ou
cultivadas.
Uma delas é a Solanum tuberosum. Essa espécie é dividida
em duas subespécies: tuberosum e andigena. A primeira é a mais
cultivada e consumida no mundo todo, enquanto a segunda é cultivada somente em
algumas regiões das Américas Central e do Sul. A subespécie tuberosum
cultivada na Europa e em outras partes do mundo possui uma pequena parte do seu
material genético proveniente da subespécie andigena, que é originada no
Chile, graças ao cruzamento feito depois do ataque de fungos que causou a
destruição de lavouras na Europa.
Com isso, as plantas ficaram mais resistentes. As diferenças
entre as duas subespécies são muito pequenas, sendo a principal delas a
dependência de um dia curto para a subespécie andigena.
Variedades da
batata
Apesar da batata cultivada em todo mundo pertencer a somente
uma espécie (Solanum tuberosum), existem milhares de variedades com
diferentes características de tamanho, cor, textura e sabor. Por meio da seleção
e cruzamento de variedades é possível criar novas diversidades de batatas mais
resistentes a doenças.
Esse processo envolve cerca de onze anos por meio de uma
sofisticada seleção criando novas cultivações com uma qualidade satisfatória
para a sua comercialização. As variedades atuais são mais resistentes graças a
esse processo que permite produzir tubérculos com maior qualidade e variedade de
tamanho e sabor.
A seguir estão alguns exemplos dessa diversidade:
Ágata
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Russet
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Desirée
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Bonotte
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Jersey Royal
|
Spunta
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Blue Swede
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Vitelotte
|
Um alimento
versátil
Rica em carboidratos e altamente popular em todo o mundo, a
batata é preparada e servida das mais diversas formas. Quando fresco, o
tubérculo possui cerca de oitenta por cento de água e vinte por cento de matéria
seca, da qual a maior parte é amido. A quantidade de proteínas da batata, quando
desidratada, é comparável à dos cereais e é bem alta em relação a outros
tubérculos e raízes.
Além disso, a batata possui pouca gordura e é rica em vários
micronutrientes, especialmente vitamina C (quando consumida com a pele, uma
batata de cerca de 150 gramas fornece quase a metade da dose diária
recomendada). A batata é também uma fonte moderada de ferro, e a vitamina C
promove a absorção do mineral.
O tubérculo é, ainda, uma fonte básica das vitaminas B1, B3 e
B6 e minerais como potássio, fósforo e magnésio, além de conter fibras
dietéticas e antioxidantes, que previne as doenças relacionadas ao
envelhecimento.
A fritura da batata reduz a quantidade de fibras, proteínas e vitaminas.
O valor nutritivo de uma refeição contendo batata depende dos
outros componentes e do método de preparação. Por si só, a batata não engorda (e
a sensação de saciedade que vem do consumo da batata pode ajudar a controlar o
peso). Uma vez que o amido no tubérculo cru não pode ser digerido pelos humanos,
eles são preparados para o consumo através do cozimento (com ou sem pele),
fervendo ou fritando.
Cada método de preparação altera a composição de uma forma
diferente, mas todas reduzem a quantidade de fibras e proteínas, devido à
lixiviação durante o preparo da batata na água ou óleo, destruição pelo calor ou
mudanças químicas como a oxidação. A fervura, que é o método mais comum de
preparação por todo o mundo, causa uma perda significativa de vitamina C,
principalmente se estiver descascada.
Para a batata frita, fritar por um curto período de tempo em
óleo quente resulta na alta absorção e reduz drasticamente a quantidade de
minerais e de ácido ascórbico. Em geral a perda de vitaminas durante o cozimento
é menor, a única exceção é a vitamina C, por causa das temperaturas mais altas.
Uma pesquisa feita nos Estados Unidos demonstrou que as pessoas podem incluir a
batata na dieta e ainda perder peso, apesar do alto teor de carboidratos do
tubérculo.
Segundo os pesquisadores, o resultado dessa pesquisa evidencia
o que profissionais de saúde e nutricionistas dizem há anos: quando se trata de
perder peso, não é somente eliminar alguns alimentos ou grupos alimentares do
consumo diário, mas na verdade, é reduzir a quantidade total de calorias
ingeridas.
Apesar disso, a batata não está incluída na lista dos cinco
alimentos mais recomendados pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS)
porque, como o tubérculo é rico em carboidratos, não pode ser consumido com
outros alimentos como pão, macarrão e arroz, que também possuem alto teor de
carboidratos.
Toxicidade
Como parte da defesa natural das plantas contra fungos e
insetos, a planta possui altos níveis de componentes tóxicos chamados
glicoalcaloides (geralmente solanina e chaconina). Geralmente esses compostos
são encontrados em níveis baixos no tubérculo, e estão localizados somente pouco
abaixo da pele.
Para manter a concentração de glicoalcaloides baixa, é
necessária a conservação em um ambiente escuro e fresco. Caso contrário, a
batata torna-se esverdeada por causa do aumento da clorofila, que indica níveis
mais altos de solanina e chaconina.
Esses compostos não são destruídos com o cozimento e por isso é
essencial a remoção das áreas esverdeadas e remoção da pele antes do cozimento
para assegurar a ingestão segura do alimento.
Os primeiros sintomas da intoxicação manifestam-se geralmente
entre oito e doze horas após a ingestão, sob a forma de desordens
grastrointestinais e nervosas e, dependendo da dose, pode levar à morte. Uma
única batata, se estiver esverdeada, pode conter uma dose perigosa da
substância.
A batata na gastronomia
mundial
A batata é o vegetal mais popular do mundo e o quarto mais
consumido, sendo usado em receitas em todo o mundo. São utilizadas como massa na
Itália, cozidas com bananas na Costa Rica, cozidas com arroz no Irã, recheadas
com fígado na Bielorrússia, fritas com feijões verdes na Etiópia, dentre outras
incontáveis receitas com o tubérculo.
O segredo do grande sucesso da batata é sua grande diversidade,
que proporcionam várias opções de cor e sabor. Algumas variedades dão às sopas
uma textura cremosa e um gosto delicado que destaca os outros ingredientes.
Outros tipos de batata são melhores cozidas, servidas como um simples lanche ou
recheadas com diversos ingredientes.
Variedades com maior teor de amido (farinhentas) são melhores
para o cozimento, para fritar e para amassar, enquanto outras com menos amido
são melhores assadas e mais utilizadas em saladas. Alguns livros de culinária
sugerem que o conteúdo de amido pode ser estimado fazendo-se testes simples: o
da água salgada (batatas pobres em amido flutuam e as ricas em amido afundam) e
o da observação (batatas ovais com pele espessa são melhores para o cozimento,
enquanto as grandes e arredondadas servem para várias outras finalidades).
A produção em massa através dos anos têm originado batatas
maiores, mas mais insípidas. Indo contra essa tendência, a partir dos anos 1990,
aumentou a demanda por variedades tradicionais, que, protegidas por patentes,
são uma grande fonte de lucro para os agricultores e comerciantes. Mas, sem
dúvida, um dos pratos mais conhecidos em todo mundo é a batata frita.
O alimento apareceu pela primeira vez na década de 1840, e se
tornou popular rapidamente em Paris e, posteriormente, a receita se espalhou
pelo resto do mundo. A partir da Segunda Guerra Mundial, cerca de 75 por cento
das batatas eram utilizadas em lanches rápidos. Atualmente a popularidade
mundial da batata frita deve-se também às grandes empresas de lanches, como
McDonalds e Burger King, onde o consumo com sanduíches simboliza uma dieta
globalizada.
Entretanto, o consumo generalizado da batata processada não é
tão vantajoso quanto consumir a batata fresca porque, durante o beneficiamento,
o produto perde cerca de 50 por cento de seus nutrientes, além de conter muito
mais gordura, que aumenta a quantidade calórica da batata e, consequentemente,
provoca obesidade.
O que observar na hora de
comprar batatas
A batata-inglesa é a mais utilizada e tem um pouco menos de
calorias do que a batata-doce e a batata-baroa. Porém, ela é composta
praticamente por carboidratos e é um alimento com alto índice glicêmico, ou
seja, não indicado para os diabéticos. Para quem tem a doença, a melhor opção é
a batata yacon, ainda menos calórica.
Em relação às propriedades nutricionais, as batatas doce e
baroa são boas para substituir a inglesa porque são muito mais nutritivas. Isso
acontece porque elas têm raízes tuberosas, capazes de armazenar mais nutrientes.
Além disso, têm ação antioxidante, desintoxicante, antiinflamatória e ainda
ajudam a combater o ganho de peso, o envelhecimento precoce e o surgimento de
doenças crônicas.
No entanto, a batata-inglesa é fonte importante de fósforo,
vitaminas do grupo B e vitamina C. Na hora de comprá-la, a dica é evitar as que
estão com rachaduras ou furos em sua superfície, é melhor sempre escolher as
mais lisas. Para conservá-la, o ideal é evitar o uso da geladeira porque a
temperatura baixa pode alterar seu sabor.
Além disso, a batata-inglesa geralmente é frita, mas essa não é
a opção mais saudável porque o processo de fritura provoca a perda de
nutrientes, aumenta a gordura e as calorias. Se preparada cozida e com a casca,
é melhor porque a perda nutritiva é muito menor. A batata-doce pode também ser
cozida com casca e é uma boa opção para quem pratica atividade física já que é
fonte de energia para o trabalho muscular.
Apesar do nome, ela tem baixo índice glicêmico e também aumenta
as defesas do corpo e ajuda a prevenir lesões. Já a batata-baroa, conhecida
também como mandioquinha-salsa, é boa para a digestão e, por isso, é recomendada
para crianças, idosos ou pessoas com algum tipo de doença. Porém, no caso dos
diabéticos, como já foi citado, a yacon é a melhor opção porque diminui os
níveis de glicemia e insulina no sangue e ainda melhoram o sistema imune da
pessoa.
Além disso, ela é composta por 90% de água, portanto deve ser
consumida rapidamente. Seja qual for a batata, a melhor opção de preparo é
sempre a cozida ou assada, que pode ser com ervas, azeite ou ainda na forma de
sopa ou purê. A fritura aumenta muito o valor calórico e pode trazer danos à
saúde.
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