Conheça a história de Alexandre Magno Abrão, o Chorão do Charlie Brown Jr.

Alexandre Magno Abrão, mais conhecido pelo seu nome artístico Chorão,nasceu em São Paulo, 9 de abril de 1970, foi um cantor, compositor, cineasta, poeta, roteirista e empresário brasileiro. Foi o vocalista, principal letrista e cofundador da banda santista Charlie Brown Jr., em que a formou em 1992 junto com Renato Pelado, Marcão, Champignon e Thiago Castanho, foi o único integrante da banda a participar de todas formações, junto com o Charlie Brown lançou dez discos e já venderam mais de cinco milhões de discos.

O apelido de Chorão veio quando ele estava vendo os amigos andando de skate, e um deles passou por ele e, para zombar dele, dizia "não chora!", já que Chorão ainda não sabia andar. E nisso o apelido pegou. Teve uma infância e adolescência difíceis, a sua mãe era doméstica, fazia pastel, cozinhava pra fora pra ele ir entregar. Chorão vivia na rua, ia mal na escola, parou de estudar na sétima série, e frequentemente tinha problemas com a polícia.

Quando Chorão tinha onze anos, seus pais separaram-se. Aos catorze anos, sua mãe teve um derrame e quase morreu. Foi nessa época que ele começou a andar de skate, uma das suas paixões. Ele já correu vários anos nos campeonatos de skate e ainda foi vice-campeão paulista.

Já vendeu cartões de natal, foi auxiliar de câmera, caboman, iluminador. Sua mãe era doméstica, fazia pastel, cozinhava para fora para ele ir entregar.

Em 1987, com então 17 anos de idade, Chorão se mudou para Santos, litoral de São Paulo, após uma infância difícil e traumática. Um dia, em um bar local, substituiu por acaso o vocalista de uma banda, quando o mesmo precisou se ausentar devido a necessidades fisiológicas.

Uma pessoa da plateia, ao vê-lo cantar, convidou-o para ser vocalista em sua banda. Quando o baixista da referida banda saiu, Chorão veio a conhecer Champignon, o novo baixista, uma criança de apenas 12 anos na época, formaram então a banda What's Up. Tempos depois, Chorão e |Champignon decidiram convidar o baterista Renato Pelado, egresso de bandas da cidade como Ecossistema, Jornal do Brasil, entre outros projetos. Mais tarde, Marcão e Thiago Castanho completaram a primeira formação da banda Charlie Brown Jr. A banda, ainda sem nome, continuou a se apresentar na cidade.

"Fundei e batizei a banda com esse nome em 1992. Foi uma coisa inusitada. Trombei (literalmente) com uma barraca de água de coco que tinha o desenho do Charlie Brown, aquele personagem do Charles Schulz, mais conhecido por ser o dono do Snoopy. E o "Jr" é pelo fato de sermos filhos do rock",

se explica Chorão pelo fato de a banda se considerar "filha" de uma geração de músicos e bandas como Raimundos, nos anos 90 Chorão considerava Rodolfo Abrantes, o vocalista dessa banda, como o melhor do brasil , Nirvana, Red Hot Chili Peppers, Nação Zumbi, e Planet Hemp. A sonoridade do grupo tinha influências de grupos como Sublime, Bad Brains, 311, misturando hardcore punk, skate e reggae.

Por volta de 1993, já com esta formação da banda, eles começaram a tocar no circuito underground de Santos e São Paulo e a fazer shows em vários eventos de skate. Uma fita demo foi entregue ao Rick Bonadio, presidente da Virgin Records no Brasil e produtor dos Mamonas Assassinas, que se interessou pelo grupo e os contratou. De uma demo de três faixas surge o primeiro disco do CBJr, produzido por Tadeu Patolla e Rick Bonadio com o selo da Virgin Records. Nasce então o álbum Transpiração Contínua Prolongada. O álbum foi produzido por Tadeu Patola (ex-Lagoa 66), o álbum é bem recebido pelas rádios com as faixas "O Coro Vai Comê!", "Proibida pra Mim (Grazon)", "Tudo que Ela Gosta de Escutar" e "Gimme o Anel", vendendo 500 mil cópias. Na época, o baixista Champignon era menor. Consequentemente, sempre que a banda se apresentava em casas noturnas, era necessária uma autorização judicial para que o jovem baixista acompanhasse o grupo.

Em meados de 2001, Chorão perdeu seu pai:

 
"Passei por várias dificuldades neste ano, desde financeiras... , eu perdi meu pai... , e você tem que tentar lidar com isso numa boa, até você aceitar rola uma mudança, uma metamorfose".

A banda, compreendendo a falta que seu pai fazia, decide parar e dar um tempo, até Chorão, realmente acostumar-se com a ideia de ter perdido alguém muito especial. O que levou ele a pensar em parar na banda, o que você pode encontrar na letra de: "Ouviu-se falar" e "Talvez a metade do caminho". Passaram-se seis meses até Chorão se olhar no espelho e, ver sua barba crescida, sua barriga, por engodar 20Kg, ficar em casa e não fazer nada, sem motivação... Então ele viu que não era bem isso que ele queria. Durante o mesmo tempo os outros integrantes, Champignon, Thiago Castanho, Marcão e Renato Pelado continuaram estudando e praticando sua música. Na verdade a banda estava pronta de novo, iria começar um novo capítulo.

Além do sucesso no mundo da música, Chorão também se aventurava em outras áreas: no dia 6 de novembro de 2006, o músico inaugurou o Chorão Skate Park em Santos, um espaço para skatistas e músicos que tem como destaque uma das melhores pistas de skate do Brasil, com uma distribuição de obstáculos que está em sintonia com o que há de mais atual com os parques de skate no mundo.

 

Confira algumas manobras no Chorão Skate Park e mais, a primeira entrevista do Chorão em 1986 sobre Freestyle no programa Grito na rua.

Em 2007, o cantor se aventurou no cinema, com o filme O Magnata, dirigido pelo videomaker Johnny Araújo. Chorão foi escritor e roteirista, além de participar do filme junto com o Charlie Brown Jr e integrar a trilha sonora do mesmo. Recentemente anunciou um novo filme "O Cobrador" do qual ele mesmo escreveu o roteiro, ele pretendia lançar um livro contando a historia da banda desde o início. Em janeiro de 2009, o músico lançou sua grife de roupas, intitulada DO.CE"dose certa", em festa promovida em São Paulo.

Sempre envolvido em polêmicas, Chorão deu uma bronca no baixista Champingnon em pleno show na cidade de Apucarana (PR) no final do ano passado. "Você voltou [para a banda] por causa de dinheiro", disse, no palco. Poucos dias depois, Chorão compartilhou um vídeo ao lado do baixista comunicando que os dois já haviam feito as pazes.

Em 2004, Chorão agrediu Marcelo Camelo, do Los Hermanos, na sala de desembarque do Aeroporto de Fortaleza. Ele foi detido pela Polícia Federal e, mais tarde, processado por Camelo, sendo obrigado a pagar uma indenização por danos morais ao músico carioca.

Chorão foi encontrado morto por seu motorista, na madrugada de 6 de março de 2013, em um apartamento que ocupava esporadicamente no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Segundo a polícia, que descartou inicialmente a hipótese de homicídio, o apartamento encontrava-se em grande desordem, com garrafas vazias de bebida, embalagens de remédios e marcas de sangue.

 

Amigo de Chorão acredita que ele tentava combater 'inimigos internos'

Fábio Cardoso, amigo de Chorão há mais de 20 anos, falou na manhã desta quarta-feira (6) sobre a morte do cantor da banda Charlie Brown Jr. Ele conheceu o vocalista em Santos, no litoral de São Paulo, e passou vários momentos com Chorão. Para ele, o cantor precisava combater os 'inimigos internos'.

Cardoso, de 39 anos, conta que conheceu Chorão em uma loja que vendia discos no bairro do Gonzaga, em Santos. Em meados de 1991, ele diz que o comércio deixava os clientes ouvirem os CDs antes de comprá-los, e foi assim que eles se encontraram.

"Eu estava com uma camisa da banda de rock que ele gostava, e ele estava no banquinho do lado do meu e, por isso, começamos a conversar".

A partir desse momento, eles criaram uma amizade forte. Ele conta que começaram a sair para beber cerveja, se encontrar na praia e ouvir música na loja em que se conheceram.

"Logo depois, Chorão montou a banda Charlie Brown Jr. e começou a fazer shows. Quando a banda começou a fazer sucesso, a gente perdeu um pouco de contato".

Ele conta que a última vez que viu o cantor foi em Santos.

"Não faz muito tempo. Eu vi ele no trânsito e trocamos uma ideia. Ele parecia que estava feliz".

Cardoso contava que o vocalista do Charlie Brown Jr. sempre fazia tudo com intensidade e que era muito focado. Como músico e como amigo, ele admirava Chorão, mas sabia que amigo sempre fazia surpresas e que ninguém podia esperar o que vinha dele. Por isso, ele acredita que a morte de Chorão tem a ver com questões emocionais.

"Imagino que tenha sido uma cena triste. Eu não sei o que aconteceu. Mas quando ele era mais novo gostava de falar que era preciso combater os inimigos que também são internos. Acho que foram os inimigos internos que ele não conseguiu controlar",

disse o amigo com tristeza.

"Estou triste para caramba. Perdi uma pessoa que era importante para caramba, como amigo e como fã. Ele está com Deus e vamos fazer muita oração".

Integrantes da banda lamentaram a morte do cantor. O guitarrista Thiago Castanho afirmou que perdeu um irmão. O baterista Bruno Graveto também lamentou o fato, afirmando que para ele, Chorão também era como um irmão mais velho. Já o baixista do grupo, Champignon, relatou estar se sentindo péssimo após receber a notícia da morte de Chorão.O ex baterista da banda, Pelado, não falava com Chorão há mais de quatro anos, mas demonstrou bastante tristeza com a notícia.

Uma homenagem do Santos FC para um dos torcedores mais fanáticos do clube. Vai em paz Chorão!! Publicado em 06/03/2013

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