O que é Onicofagia?

A onicofagia é o termo médico para se designar o ato de roer as unhas. É um hábito compulsivo que se manifesta quando um indivíduo se encontra em situação de estresse, nervosismo, tédio ou de ansiedade, mordendo as unhas das mãos ou dos pés até que sangrem.

Segundo os dermatologistas e terapeutas corporais, na maioria dos casos o hábito começa na infância. Principalmente em famílias onde os adultos não dão muito espaço para que as crianças manifestem suas próprias opiniões ou digam o que querem. O próprio gesto de levar a mão até a boca lembra uma criança indefesa, acuada.

Roer as unhas e puxar com a boca a pele da cutícula causam a chamada paroníquia crônica que é uma infecção da pele ao redor das unhas. A paroníquia é caracterizada por inchaços, vermelhidão e aumento da sensibilidade.

A doença interfere no formato das unhas e até comprometer o seu crescimento, porque é debaixo da cutícula onde está a matriz da unha, ou seja, onde ela é gerada. Além do mais o aspecto de desleixo é inevitável.

Quando a pele em volta das unhas é devorada, os dedos sofrem a pressão até não suportarem e o sangue vaza entre as cutículas estraçalhadas é o momento de parar, afirma a psicoterapeuta Maura de Albanesi, pós-graduada em terapia corporal.

A necessidade de roer e até comer as unhas frequentemente está ligada a um estado psico-emocional de ansiedade. É considerado um ato compulsivo porque é um movimento repetitivo e irracional que a pessoa faz para minimizar estados de ansiedade.

Por ser um hábito compulsivo de ordem emocional, são indicados alguns tratamentos como: terapia comportamental que auxilia na reversão do hábito com técnicas para desacostumar o indivíduo a levar a mão ou o pé até a boca, medicamentos como antidepressivos, antipsicóticos, complexo B, técnicas de relaxamento, exercícios físicos e respiratórios e ainda terapias de aversão ao hábito que utiliza substâncias de gosto ruim sobre as unhas, a substituição das unhas por algum outro objeto ou substância.

De maneira geral, a onicofagia não é um hábito preocupante e, se não estimulado, tende a desaparecer espontaneamente. Por outro lado, se estiver associado a outros problemas, o quadro é mais complexo e requer ajuda especializada visto que a maioria das pessoas roem suas unhas nos momentos de tensão.

 

O que você pode fazer para controlar?

O controle é fundamental, por isso aqui vão dicas simples para que você elimine ou pelo menos controle o hábito:

Primeiro, tente identificar os momentos em que você leva as mãos à boca: se é quando está tenso, ansioso, depressivo, cansado, distraído, triste ou, até mesmo, alegre. Quando você perceber o que o leva a roer as unhas, ficará mais fácil controlar-se. Afinal, você saberá quando está propício a praticar a onicofagia.

Nesses momentos – e quando sentir o impulso de roer – tente relaxar. Alguns exercícios de respiração funcionam como um bom alívio para as tensões. Por exemplo: respire lentamente, inspirando o ar em quatro tempos e expirando em cinco.

Com esse exercício, você promoverá um aumento de oxigenação e aliviará sua ansiedade. Lembrando que mesmo seguindo as dicas, a visita a um especialista é sempre bem-vinda e dependendo da gravidade do caso, indispensável.

Outro método paliativo pode ser o hábito de fazer as unhas semanalmente, no caso das mulheres um esmalte de cor escura ajuda bastante. Afinal sabendo-se que é um distúrbio, valerá a pena controlar-se para ter unhas impecáveis!

 

Nas crianças

Quando uma criança rói as unhas, ela está manifestando um distúrbio evolutivo relacionado com a fase oral do desenvolvimento psicológico. Crianças com desenvolvimento normal, esta evolução não é acompanhada por qualquer problema mais sério. Essa atitude por parte das crianças produz um prazer equivalente ao da sucção na amamentação ou do chupar dedos nos bebês. Ocorre na idade escolar e se prolonga até a puberdade. Frequentemente existem verdadeiras ‘‘epidemias‘‘ de roer unhas nas escolas ou grupos de jovens constituindo situação puramente imitativa (cerca de 20% temesse hábito). A incidência diminui após os 16 anos de idade. Portanto, considerado normal entre as idades de 4 a 18 anos, devido a sua alta prevalência nesta faixa etária.

Se ao roer as unhas a criança as engole, complicações estomacais poderão ser ocasionadas e existe ainda a importância higiênica, pois dificilmente as unhas estão limpas e muitas doenças poderão ser desta maneira, transmitidas. Em estudos recentes comprovou-se que roer unhas interfere na aquisição de helmintoses (tipo de doença parasitária). As crianças que apresentam este hábito podem desenvolver ainda maloclusão nos dentes anteriores.

Também pode ser negativo por restringir o uso das mãos. Um roedor de unhas compulsivo pode ter sua habilidade para trabalhar restringida (por exemplo, escrever, digitar, desenhar, tocar instrumentos de corda, dirigir) por causa dos estragos feitos às unhas ou à pele em volta.

Um longo hábito de roer unhas pode ocasionar desgaste do esmalte dos dentes incisivos, podendo gerar cáries nessas áreas.

A onicofagia é geralmente substituída após a adolescência por hábito de mordiscar o lábio, morder lápis e outros objetos, coçar o nariz, enrolar o cabelo. Nos adultos o hábito de fumar ou mascar chicletes é o substituto mais comum, pois são hábitos aceitáveis e de gratificação oral. São boas maneiras de transferência do hábito de onicofagia.

 

Como se livrar do hábito

Na onicofagia como em qualquer hábito bucal, os seguintes critérios devem ser usados:

  • Idade do onicófago - Quanto mais idade, maior a chance de um distúrbio emocional;
  • Intensidade - Lesões periungueais afetando leito e tecidos moles adjacentes;
  • Frequência da ação - Situação em que ocorre e situação emocional.

Para a remoção de qualquer hábito, a motivação deve partir do paciente. O mesmo deve estar conscientizado sobre a necessidade de abandonar o hábito e o papel do profissional deve ser incentivado, além de propor sugestões que auxiliem no processo de superação do vício. A supressão brusca pode ocasionar alterações na personalidade.

Nos casos suaves de onicofagia, geralmente, não é indicado qualquer tratamento. Nos casos severos, o tratamento a ser instituído deve ser a remoção dos fatores emocionais que levam ao hábito (situações de excitação, infelicidade e ócio), uma vez que na maioria dos casos, a melhor medida é atenção, afeto e compreensão. Atividades aeróbicas externas que demandam grande esforço físico (skate, correr, jogar bola) são recomendados, pois liberam a tensão.

Artifícios como a adição de pimenta ou outra substância que modifica o paladar no momento de roer unhas, na ilusão de solucionar o hábito, são procedimentos arcaicos que não funcionam e podem provocar mais tensão naqueles que, na verdade, devem ser acalmados. Portanto, são métodos indesejáveis e até prejudiciais. Porém, o uso de óleo de oliva sobre as unhas tornando-as moles e macias pode inibir às tentações.

Manter sempre as unhas bem cortadas é mais uma atitude útil, evitando que pontas mal aparadas sirvam como tentação para o roedor. Recursos como lixar, polir e pintar as unhas das meninas em uma manicure pode ter efeito positivo. Os meninos podem cobrir os dedos com uma bandagem.

Uma alternativa eficiente para ajudar o paciente a superar o problema pode ser a de pedir para utilizar o mordedor de borracha toda vez que sentir vontade de roer unha. Ocupar as mãos com outra atividade, como por exemplo com trabalhos manuais ou instrumentos, é também uma boa indicação e pode ser bastante eficaz.

De uma maneira geral, o melhor método de manejar com os onicófagos é pela educação, estimulando o bom hábito e a conscientização, uma vez que não se conhece outro meio mais eficiente, inteligente e satisfatório de se remover tal hábito.

 

Formas de tratamento

Medicação

Algumas medicações têm se mostrado eficazes para a roeção de unhas. As medicações utilizadas para tratar o problema incluem potentes anti-depressivos. Estas medicações são também utilizadas para tratar tricotilomania e includem: clomipramina, fluoxetina, sertralina, paroxetina, fluvoxamina, citalopram, escitalopram, nefazodona e venlafaxina. Pequenas doses de medicamentos anti-psicóticos são utilizados no tratamento da esquizofrenia como: risperidona, olazapina, quetiapina, ziprasidona, e aripiprazola podem ser utilizada em conjunto com os anti-depressivos. É importante salientar que o uso de anti-psicóticos para tratar a onicofagia não quer dizer que o paciente sofra de psicose.

Uma outra opção é o uso da vitamina B (inositol). Ela reduz a vontade de roer unha ao aumentar a atividade de serotonina no cérebro. A serotonina pode estar relacionada à desordens do sistema nervoso.

 

Terapia comportamental

Alguns pacientes acharam a terapia comportamental ser benéfica por si própria ou como um complemento à medicação. A primeira terapia consiste no Treinamento de Reversão de Hábito (TRH), um processo de quatro partes que busca "desacostumar" a pessoa do hábito e possivelmente substituí-lo por outro hábito mais construtivo. Além do TRH, a terapia de Controle de Estímulo é usada tanto para identificar quanto para eliminar os estímulos que frequentemente geram a vontade de roer unhas.

Uma combinação de medicação e terapia tem obtido melhores respostas para os sintomas.

Fonte: www.trendencias.com.br / www.dermatologiaazulayesodre.com.br

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