70 anos de Tim Maia



Sebastião Rodrigues Maia,  mais conhecido como Tim Maia nasceu no Rio de Janeiro no dia 28 de setembro de 1942, foi um cantor, compositor, produtor e multi-instrumentista brasileiro, responsável pela introdução do estilo soul na música popular brasileira e reconhecido mundialmente como um dos maiores ícones da música no Brasil. Suas músicas eram marcadas pela rouquidão de sua voz, sempre grave e carregada, conquistando grande vendagem e consagrando muitos sucessos.

Carreira

Anos 1950

Nascido no Bairro da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro, na Rua Afonso Pena 24, filho de Altivo Maia (1900-1959) e Maria Imaculada Maia (1902-1984) começou a compor melodias ainda criança e já surpreendia a numerosa família, era o penúltimo de 19 irmãos.
Tim Maia começou na música tocando bateria num grupo chamado Tijucanos do Ritmo, formado na Igreja dos Capuchinhos próxima a sua casa, passando logo para o violão. Tim, nessa época, era conhecido como "Babulina", por conta da pronúncia do rockabilly Bop-A-Lena de Ronnie Self (apelido que Jorge Ben Jor tinha pelo mesmo motivo).
Em 1957, fundou o grupo vocal The Sputniks, do qual participaram Roberto Carlos, Arlênio Silva, Edson Trindade e Wellington. Erasmo Carlos nunca fez parte do grupo, mas sim do The Snakes, grupo que acompanhou tanto Roberto quanto Tim após o fim do The Sputniks. Em 1959, foi para os Estados Unidos, onde estudou inglês e entrou em contato com a soul music, chegando a participar de um grupo vocal, o The Ideals. No entanto, quatro anos mais tarde, viria a ser deportado de volta para o Brasil, preso por roubo e posse de drogas.
 

Anos 1960

Em 1968, Tim produziu o álbum A Onda É o Boogaloo, de Eduardo Araújo. O álbum trouxe a sonoridade da soul music para a Jovem Guarda.
No mesmo ano, Roberto Carlos gravou uma canção de sua autoria, "Não Vou Ficar", para o álbum Roberto Carlos. A canção também fez parte da trilha sonora do filme Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-rosa.
Seu primeiro trabalho solo foi um compacto pela CBS em 1968, que trazia as músicas "Meu País" e "Sentimento" (ambas de sua autoria, como todas as músicas sem indicação de autor). Sua carreira no Brasil fortaleceu-se a partir de 1969, quando gravou um compacto simples pela Fermata com "These Are the Songs" (regravada no ano seguinte por Elis Regina em duo com ele e incluída no álbum "Em Pleno Verão", de Elis) e "What Do You Want to Bet".

 

Anos 1970

Em 1970, gravou seu primeiro longplay, "Tim Maia", na Polydor, por indicação da banda Os Mutantes. O disco permaneceu em primeiro lugar no Rio de Janeiro por 24 semanas. Nesse disco, obteve sucesso com as faixas "Azul da Cor do Mar", "Coronel Antônio Bento" (Luís Wanderley e João do Vale), "Primavera" (Cassiano) e "Eu Amo Você".
Nos três anos seguintes, com a mesma gravadora, lançou os discos Tim Maia Volume II, tornando-se cada vez mais famoso com canções como a dançante "Não Quero Dinheiro (Só Quero amar)", na era Disco; Tim Maia volume III e Tim Maia volume IV, no qual se destacaram "Gostava Tanto de Você" (Edson Trindade) e "Réu Confesso". Em 1975, gravou os LPs Tim Maia Racional Vol. 1 e Vol. 2. Em 1978, gravou, para a Warner, Tim Maia Disco Club, claramente inspirada pela disco music. Tim foi acompanhado pela Banda Black Rio. Nesse álbum, gravou um de seus maiores sucessos, "Sossego".

Certamente essa é a maior raridade do Tim já postada até hoje no Youtube. Trata-se da inauguração do hoje extinto Teatro Bandeirantes em 12/08/1974 com shows, além do Tim, de Chico Buarque, Maria Bethânia, Rita Lee e Elis Regina. Mostra Tim um pouco antes da conversão ao Racionalismo, mas ainda, aparentemente chapado!!
Tim Maia se tornou notável por não aparecer ou atrasar em shows, e frequentemente reclamar da qualidade do áudio nos mesmos.
 

Fase racional (1975-1976)

Na década de 1970, entrou em contato com a doutrina Cultura Racional, liderada por Manuel Jacinto Coelho, quando lançou, em 1975, os álbuns Tim Maia Racional, volumes 1 e 2 pelo selo Seroma (palavra "amores" ao contrário e abreviação do próprio nome, "Sebastião Rodrigues Maia").
São considerados por muitos os melhores de Tim Maia, com grandes influências do funk e do soul e pelo fato de que, nesta época, Tim Maia manteve-se afastado dos vícios, o que refletiu na qualidade de sua voz.
Desiludido com a doutrina, percebeu que o mestre Manuel não correspondeu ao ideal de um mestre. O cantor, revoltado, tirou de circulação os álbuns, tendo virado item de colecionadores, devido à raridade. Deste disco, existem várias pérolas, uma das quais é Imunização Racional.


Já nos anos 2000, foram descobertas novas músicas pertencentes à "fase racional", no que foi intitulado de verdadeiro Racional Volume Três, podendo-se mencionar as faixas: "You Gotta Be Rational", "Escrituração Racional", "Brasil Racional", "Universo em Desencanto Disco", "O Grão Mestre Varonil", "Do Nada ao Tudo" e "Minha Felicidade Racional", inicialmente disponibilizadas apenas na Internet e lançado em CD em agosto de 2011.
Após o término de sua fase racional, Tim voltou a seu antigo estilo vida e aos temas não-religiosos em suas canções. Mais sucessos se seguiram: "Sossego" (do LP Tim Maia Disco Club, de 1978), "Descobridor dos Sete Mares" (faixa-título do LP de 1983, que também trouxe "Me Dê Motivo") e "Do Leme ao Pontal" (de Tim Maia, 1986).
 

Anos 1980

Lançou em 1983 o LP O Descobridor dos Sete Mares, com destaque para a canção-título "O Descobridor dos Sete Mares" (Michel e Gilson Mendonça) e para a canção "Me dê Motivo" (Michael Sullivan/Paulo Massadas) um dos seus maiores sucessos. Em 1985, gravou Um Dia de Domingo, também de Sullivan e Massadas, num dueto com Gal Costa, obtendo grande sucesso. Outro disco importante da década de 1980 foi "Tim Maia" (1986), que trazia o hit "Do Leme ao Pontal".


Em 1986 participou do musical Cida, a Gata Roqueira, da Rede Globo, paródia ao conto de fadas, inspirado no filme The Blues Brothers (Os Irmãos Caras de Pau), de 1980, no qual James Brown interpreta um pastor evangélico. Nelson Motta criou um personagem similar para Tim, onde o cantor improvisa o Salmo 23 embalado por uma banda tocando funk.
Artista com histórico de problemas com as gravadoras, na década de 1970 fundou seu próprio selo, primeiramente Seroma e depois Vitória Regia. Por ele, lançou, em 1990, Tim Maia Interpreta Clássicos da Bossa Nova e, mais tarde, Voltou a Clarear e Nova Era Glacial. Em 1988, venceu o Prêmio Sharp de música na categoria de melhor cantor.

 

Anos 1990

Descontente com as gravadoras, Tim Maia retomou a ideia da editora Seroma e da gravadora Vitória Régia Discos, pela qual passou a fazer seus lançamentos. Regravado por artistas do pop (Titãs, Paralamas do Sucesso, Marisa Monte), Tim retribuiu a homenagem gravando "Como Uma Onda", de Lulu Santos e Nelson Motta, que foi grande sucesso nos anos 1990, juntamente com seu álbum ao vivo, de 1992. De Jorge Ben Jor, ganharia o apelido de "o síndico do Brasil", na música "W/Brasil". Ao longo da década, Tim gravaria discos de bossa nova (um deles com Os Cariocas) e de versões clássicos do pop e do soul ("What a Wonderful World").
Em 1993, dois acontecimentos impulsionaram sua carreira: a citação feita por Jorge Ben Jor na canção "W/Brasil" e uma regravação que fez de "Como Uma Onda" (Lulu Santos e Nelson Motta) para um comercial de televisão, de grande sucesso e incluída no CD "Tim Maia", do mesmo ano. Assim, aumentou muito a produtividade nesta década, gravando mais de um disco por ano com grande versatilidade: o repertório passou a abranger bossa nova, canções românticas, funks e souls. Também teve muitas composições regravadas por artistas da nova geração, como Paralamas do Sucesso e Marisa Monte.
Em 1996, lançou dois CDs ao mesmo tempo: Amigo do rei, juntamente com Os Cariocas, e What a Wonderful World, com recriações de standards do soul e do pop norte-americanos dos anos de 1950 a 1970. Em 1997, lançou mais três CDs, perfazendo 32 discos em 42 anos de carreira. Nesse mesmo ano, fez uma nova viagem aos Estados Unidos.


Vida pessoal

Teve uma infância humilde no bairro carioca da Tijuca, onde nasceu e cresceu. Quando criança, era entregador de marmitas para ajudar nas despesas de casa. Aos 8 anos cantava no coral da igreja e aos 12 ganhou um violão de seu pai.
Tim Maia era casado com Maria de Jesus Gomes da Silva, apelidada de Geisa. Ele a conheceu quando ela tinha 17 anos. Juntos tiveram um filho: Carmelo. Tim também assumiu Léo, o filho que sua esposa teve na adolescência com o goleiro Vitório, que atuou no Fluminense entre 1966 e 1973. Tim chegou inclusive a registrar o menino pois se apegou ao bebê, já que conheceu a esposa grávida e ela seria mãe solteira, e como Tim viu o menino nascer, sentia como se a criança fosse sua mesmo sabendo não ser.
Quando Léo Maia tinha 12 anos, Geisa e Tim se separaram. Geisa casou-se novamente com um delegado, se tornando amiga de Tim e dividia com ele a guarda de Carmelo e Léo. Por acaso, aos 17 anos, Léo Maia descobriu não ser filho biológico de Tim Maia e ficou abalado, já que Tim e a esposa combinaram de não revelar a verdadeira paternidade do menino, mas Léo aceitou bem isso, já gostava do padrasto delegado e de Tim, e ficou feliz por ter dois pais, mesmo nenhum sendo seu verdadeiro.
Viveu nos Estados Unidos de 1959 a 1963. Afirma que ao morar fora do país, ficou um bom tempo sem falar o português já que na época poucos brasileiros moravam nos EUA. Lá ele montou uma minibanda e gravou um disco compacto. Para sobreviver no país, chegou a trabalhar em lanchonetes da região.
Tentou a carreira política ao filiar-se ao PSB, em 1997. No final de sua vida sofreu com problemas relacionados a obesidade, diabetes e problemas respiratórios. Durante a gravação de um espetáculo para a TV no Teatro Municipal de Niterói, no dia 8 de março de 1998, Tim tentou cantar, mesmo sabendo de sua má condição de saúde. Não conseguiu e retirou-se sem dar explicações; terminou sendo levado para o Hospital Universitário Antônio Pedro numa ambulância, vindo a falecer em 15 de Março em Niterói aos 55 anos e com 140 quilos, após internação hospitalar devido a uma infecção generalizada. Por ter sido usuário de drogas por muitos anos, isso acabou por contribuir com seu estado de saúde e morte.


No ano seguinte seria homenageado por vários artistas da MPB num show tributo, que se transformou em disco, especial de TV e vídeo.

 

Homenagens

Em 2004, a Som Livre lançou o álbum Soul Tim: Duetos, onde vários artistas, como Luiz Melodia, Fat Family, Claudinho e Buchecha, realizaram duetos póstumos (através de recursos tecnológicos, semelhante à gravação de "Unforgettable" por Nat King Cole e a filha Natalie Cole). Em janeiro de 2001, em uma homenagem inusitada, o guitarrista Robin Finck do Guns N' Roses tocou uma versão rocker de seu sucesso "Sossego", durante a apresentação da banda no Rock In Rio III.
Entre tantas homenagens de qualidade já feitas a ele, a mais recente foi no dia 14 de dezembro de 2007, quando a Rede Globo de televisão homenageou Tim no especial Por Toda a Minha Vida.
Ainda em 2007, o jornalista e produtor musical Nelson Motta, amigo e fã de Tim, lançou o best-seller Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia, pela Editora Objetiva.
Em 2009, o cantor foi homenageado no programa Som Brasil com participações de Leo Maia, Seu Jorge, Thalma de Freitas, Marku Ribas, Carlos Dafé, Taryn Spielman e a banda Instituto.
Em 2011, Nelson Motta e João Fonseca criaram um musical baseado no livro Vale Tudo. O papel de Tim foi interpretado por Tiago Abravanel, neto de Silvio Santos.






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Fonte: pt.wikipedia.org

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